Nos últimos meses, tenho encontrado barreiras invisíveis para escrever. Talvez seja a falta de tempo para realmente me olhar, ou quem sabe não sei mais o que dizer a mim mesmo. O fato é que quase nada tem fluído, como se as palavras estivessem presas ao que me afeta. Caminho como um nômade, entre cidades, pessoas, situações que raramente se encontram. No trabalho, sou o solucionador dos despachos da vida institucional, profissional, social. Em casa, sou o pai que observa, com o olhar atento, cada mudança mínima daquela pequena que cresce rápido demais, enquanto admiro minha companheira, incansável e amável.
Foi tocante receber sua carta no dia do meu aniversário. Saber que foi escrita com nossa filha aos seus pés trouxe algo de especial, como uma pausa no caos. Aquela carta me lembrou de escrever para mim, e para dizer que você foi e continua sendo uma inspiração.
Para Cris Damiani Tomasi