trinta e nove em um ano


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Severo Garcia
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Severo Garcia

E, antes que se confunda, não é meia nove. Percorrer o tempo é, de algum modo, trocar de endereço, enredo e cartão de crédito. Até a vacina tem validade e eu, não seria diferente, se não fizesse um pente no tempo para analisar um descabelado ano de vida. Detesto listas e, por isso, para contrariar, resolvi, esse ano, redigir uma, para analisar o que aprendi num ano ímpar:

  1. fazer mudança é sempre quebrar ou perder algo;
  2. uma casa pode ser mais vazia do que uma solitária;
  3. beber não resolve porra nenhuma;
  4. escrever palavrão afasta quem precisa se afastar;
  5. guardo um segredo, não falo palavrão;
  6. sigo escrevendo, sonho até publicar na companhia das letras;
  7. sonho mais do que devia, disse o meu amigo imaginário;
  8. conta aberta é conta paga;
  9. aceitei, de coração aberto, as minhas incoerências;
  10. continuo escutando a mesma música mais de trinta e nove vezes;
  11. não posso encerrar uma análise com coerência, pois detesto quem acha que pode se enganar;
  12. quem faz uma lista até dez só pode ser ruim em matemática.
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