Uma goteira
preenche o espaço
[vazio]
com uma água turva
que afoga alguns males.
Assim descubro:
no fundo do poço
ainda há lama.
Mesmo se tivesse fôlego
não poderia remover
o que escolhi.
Sei que o que me mata
também é parte de mim.
A terra, a água,
e depois a lama,
aos poucos
colecionam meus sonhos.
Nunca se bane
pequenas partes
contrárias
aquelas em que vivi,
os lugares em que cresci.
Um dia,
volto logo,
para um lugar
logo ali.