um até logo


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Texto por
Severo Garcia
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Severo Garcia

Uma goteira

preenche o espaço

[vazio]

com uma água turva

que afoga alguns males.

Assim descubro:

no fundo do poço

ainda há lama.

Mesmo se tivesse fôlego

não poderia remover

o que escolhi.

Sei que o que me mata

também é parte de mim.

A terra, a água,

e depois a lama,

aos poucos

colecionam meus sonhos.

Nunca se bane

pequenas partes

contrárias

aquelas em que vivi,

os lugares em que cresci.

Um dia,

volto logo,

para um lugar

logo ali.

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