Organizei o clube mais silencioso do sul do mundo. Mulheres trans-querem escrever com seus úteros vazios, dilacerados, cheios de tudo, liberdade de ex-pressão. Quer dizer, silêncio não é bem o que temos feito na polícia civil durante o horário comercial. Direi que nosso clube tem ruídos estranhos para dentro das entranhas do jogo legal entre a rua e o distintivo. Começamos lendo como pauliceias desvairadas e fomos nos transformando em machadianas. A revolução é como um bicho analfabeto pronto para o embate corpo. Irmãs sabem que um silêncio é um pedido pra o encontro. Não há tempestade sem salvação no segredo das superstições. A leitura transa o corpo como acusações. Temos tempo de conversar de quinze em quinze dias como quem crê em milagres, parentes distantes e falsas moedas.