Há dias em que o vazio revira.
Há dias em que o calor do asfalto não incomoda.
Há dias em que só se pode ficar só.
Há dias em que a ruas ficam sem nomes.
Há dias em que…
O som diminui.
Os carros param.
Os postes não falam
e eu sou só mais um.
Sem dias assim…
Sem querer não se conduz.
Sem mover não se traduz.
Sem temer não se induz.
Sem dias assim…
Deixaria de mudar as rotas
nem saberia
como me orientar.
A sutil diferença desses dias
opera entre o céu e a terra
sem dizer:
pode subir
pode descer
ou pise para flutuar.
7 de outubro de 2015