Esse ano


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Texto por
Severo Garcia
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Severo Garcia

Esse ano foi um arrastado modo de se movimentar no quadrado. Votei na esperança, mas desconfiei do amanhã. O pessimista que reside em meus pensamentos fez panelaço e quem pagou a conta foi o estômago. Triste ainda que perdi o SUS e agora tenho que agradecer que tenho um plano privado. Pago parcelada a minha dose de prevenção. Todo dia cinco cai na conta em débito automático. Até pra ir da minha casa pra o hospital, pago pedágio, mas não posso reclamar, não há buracos no escuro da noite. Esse ano notei que está tendo reprise de velhos sucessos e que apostei no vale a pena ver de novo, a fim, melhor o discurso progressista do que o fascismo. Esse ano não comprei arma, mas paguei meu imposto. Juro que não tomei nenhum Viagra. E, picanha só foi uma lembrança. Comecei a escrever mais do que devia. Comecei a pensar mais do que devia. Conclusão: esse ano não existiria se não fosse o que já aconteceu no passado. Quando será que virá uma nova página?

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