“Acho que já faz um mês que não escrevo nada”. Tô achando muito estranho. “Às ordens”, ela disse quando mandei essa mensagem. Sempre me inspiro quando falo com ela, a Hidra que me habita. Hábito estranho esse que tenho de trocar de hábito no habitat noturno: escrever mensagens de desespero para mim mesma e esperar resgate. Uma tábua da salvação. Falta-me um povo, ainda que esteja rodeado de pessoas. Ela pergunta, no meio da madrugada, como vai gestação do meu novo ser. Respondo: tenho matado um dragão por dia. E sinto que são duas que crescem no meu útero.